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Esses olhos solares
feito doce guerra,
que desnudam na alma a entranha mais bela.Esses lábios profundos
como um abismo de flores
e afluente perfume.Essas mãos musicais
que à revelia das armas
orquestram dissonâncias e paz.Essas curvas agudas
que vestem os líquidos do corpo,
alimentando o tato com uma estopa de ouro.As vistas palavras, a cintura luzidia,
o movimento da saia no ventre da resina.Essas pernas que dançam sob nuvens no chão,
que são azuis lugares, quartos foras e verde vulcão.Essa língua púrpura
concentrando o gosto que esmalta
a memória do suco à uva.Esse pescoço curvo
feito grito oculto,
que retira amor do desprezo mais puro.Nossa, esse e… esse… isso…
É tudo tão político!
