
O mercado da arte causa expressionismos na gente.
Um Damien Hirst manda seu empregado colaborador aquarelar bolinhas numa tela e a vende por mais de um milhão de dólares. Um quadro com dois cubismos e meia dúzia de cores de um Mark Rothko é vendido por 82 milhões de dólares. Que paleta de raios é isso? Nós mesmos não valemos tanto: sua mãe não pagaria esses 82 milhões por você.
Ok, existem as tais ligações ilícitas — curadorias monetárias, lavagem de dinheiro, a arte-crime e seus vice-versas: o claro-escuro, luz & sombra —, mas pela dimensão da gravura, estamos muito desperspectivados, imperformáticos e dadás.
É preciso um renascimento do futurismo, uma austeridade impressionista. Surrealizem esse mercado de pungas, texturizem as galerias à realidade, esculturem um museu desbarrocado. A Sotheby’s que seja desculpida abaixo, e os colecionadores eles que levem um abstracionaço na cabeça!
Isso que está aí é o _, _ horror! Alguém por favor desenhe um bigode no Andy Warhol!
