
😄 Lindo e maravilhoso mundo!
Sol de bronze transparente chovendo,
céu que enfloresta o sol,
vento que folheia o céu,
terra que verdeja o vento,
semente que a terra comeu.
Um azul que é chapéu do mundo,
um mar que o horizonte aprata;
flores d’água caindo das árvores,
sons de nuvens crescendo,
a janela que adoça a casa.
A natureza cintilante bordando
com sua linha mágica.
😀 No qual tudo se tem registrado:
músicas, poemas, ficções.
Harmonias férvidas são cantadas,
um verso de amor floresceu
— já está sentimentado.
O homem vasilha
seus olhos na paisagem;
mesmo da borra da pedra,
esculpe canções;
resultam flores
até do que seja ácido.
E do que mais não seja:
alimento farto, ração de poesia,
pesares de beleza.
😐 Mas não se diz que o homem
foi feito para desta forma,
bela natureza, vê-la;
que está organizado para senti-lo,
o mundo, biologicamente
deste modo: bonito.
E o que é reconfortante e prazerozo,
o que tantos trejeitos satisfeitos
lhe cava no rosto,
o é apenas para o seu espírito.
😟 Fora onde narinas não alcançam,
o devir pulsa sem objetivo,
em bruto resultado;
e o amor, tanto faz se agora
está vivo ou desbotado.
Não há tempo,
espaço ou coisa que se importe
com faiscamentos de estética.
O homem,
apagado assim tão fácil,
com seu corpo servil,
seu sentido fraco,
é que é mera faísca poética.
😢 E, quanto mais se maravilha
e o mundo trova,
confirma seu tino carente,
acessório;
robô programado de carnes,
obediente, fiapo
— vamos, ratos, ao laboratório!
Que, para resistir,
se engana;
para prosseguir,
se ajoelha;
e chora para pedir.
Iça rodas-gigantes
como brinquedos de seus medos
— refúgio com nada sobre —
quando, há muito,
já está lá embaixo,
estatelado no chão,
podre.
😫 Desgraceira dos infernos!






















